Segundo especialista, todo início de ano exige planejamento para dar conta dos diversos gastos e contas que chegam de uma vez
Equilibrar as contas logo no início de ano pode não ser uma tarefa fácil, principalmente por se tratar de um período de muitas despesas. Diante desse cenário, é importante ter mais disciplina com os gastos, já que, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o percentual de famílias endividadas chegou, em novembro de 2024, a 77% dos brasileiros. No mesmo período de 2023, o número correspondia a 76,6%.
De acordo com o economista especialista em gestão financeira, Augusto César Santiago Teixeira, docente do Centro Universitário Ages, instituição integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil: o Ecossistema Ânima, é imprescindível a pessoa se conhecer, conhecer os seus gastos, estar ciente do quanto se ganha e das despesas que possui. A partir disso é que haverá um direcionamento de organização de contas como IPTU, IPVA, água, luz, escola dos filhos, prestação da casa, dentre outros.
“Há pessoas que conseguem guardar um pouco de sua remuneração, outras gastam tudo que recebem, e há ainda aquelas que gastam mais do que são remuneradas. O consumidor precisa entender que é necessário gastar menos do que a sua remuneração. Em outras palavras, sonhar com um futuro melhor, porém, adquirindo o que seu capital pode proporcionar”, alertou o professor da Ages.
Com o orçamento apertado, é preciso elencar as contas prioritárias, conforme explica Augusto. “Posso ter um orçamento apertado, porém possuir uma reserva. É necessário guardar, todos os meses, um pouco do dinheiro para as despesas de início do ano e as despesas extras. Preciso calcular os gastos médios com IPTU, IPVA, matrícula escolar e material escolar, e, a partir desse valor, guardar um capital mensal para ter dinheiro e pagar essas despesas à vista. Devemos colocar isso em prática para o ano seguinte e assim por diante”, ensina.
Confira abaixo outras dicas que o economista e educador financeiro preparou para começar o ano com o orçamento mais equilibrado:
IPTU e IPVA
Tanto o IPTU quanto o IPVA são impostos anuais. O IPVA, no entanto, é pago de acordo com a placa do veículo. Assim, estando com poucos recursos, o ideal é que a pessoa se organize para pagar o imposto que está com o vencimento se aproximando.
“Por outro lado, ambos têm desconto com pagamento adiantado. Por isso, para aqueles que têm remuneração, o ideal é guardar o 13º salário e utilizar para conseguir o pagamento desses impostos obrigatórios com desconto em 2025”, indica o especialista.
Matrícula e material escolar
Caso a escola seja particular e se tiver mais que um filho, uma dica é solicitar um desconto na mensalidade e fazer uma pesquisa do preço do material escolar, procurar convênios ou reunir vários pais para pleitearem desconto e conseguirem maiores prazos sem juros.
“Estando com poucos recursos, peça um pouco de prazo na escola, contudo, prazos que possa cumprir, pois a inadimplência desequilibra a estrutura familiar e da empresa. Não tendo condições em 2025, uma alternativa é o colégio público, daí há a possibilidade de organizar as finanças e voltar a escola particular nos anos seguintes”, orienta o economista.
Cartão de crédito
Apesar de facilitar na hora da compra, o cartão de crédito também pode ser tornar um vilão, caso não haja uso inteligente e pagamento de 100% da dívida no prazo. “O pior jeito de utilizar o cartão é realizar o pagamento mínimo, pois o custo efetivo total para o rotativo, de acordo com o Banco Central, ficou superior a 445% de juros ao ano - é um supervilão”, alertou o professor.
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