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| Foto: Lula Marques/Agência Brasil |
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) revelou nesta quarta-feira (26), que continua recebendo significativas doações via Pix de seus apoiadores, destacando ter arrecadado o que chamou de "grana gorda". Em entrevista ao podcast Inteligência Ltda, ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, Bolsonaro afirmou que as contribuições populares superaram até mesmo campanhas como o Criança Esperança. “O povo gosta de mim. Se eu pedir um Pix hoje, amanhã tem mais de R$ 10 mil na minha conta”, declarou, aproveitando para divulgar sua chave Pix e prometendo mostrar o extrato das doações no dia seguinte.
A declaração vem em um contexto no qual Bolsonaro já acumula cifras expressivas de arrecadações populares. Em 2023, ele recebeu mais de R$ 17 milhões em doações via Pix, valor que, segundo o ex-presidente, foi essencial para custear advogados em meio a processos judiciais que enfrenta, incluindo o recente status de réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta trama golpista em 2022. Na mesma entrevista, ele brincou que até Tarcísio de Freitas, presente no estúdio, contribuiria com um Pix, reforçando sua confiança no apoio popular. “Eles gostam de mim porque eu tenho afinidade com o povo”, completou.
A estratégia de Bolsonaro de recorrer a doações não é nova, mas ganhou destaque renovado após ele ficar inelegível até 2030, decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político nas eleições de 2022. Posts em redes sociais e reportagens recentes indicam que o ex-presidente intensificou os pedidos de apoio financeiro, especialmente após a operação da Polícia Federal que investigou o destino dos R$ 17 milhões arrecadados anteriormente. Parte desse montante, segundo suspeitas ainda não confirmadas, não teria sido usada para os fins anunciados, como pagamento de multas e advogados, o que levanta questionamentos sobre a gestão desses recursos.
Enquanto os apoiadores de Bolsonaro celebram a mobilização financeira como prova de sua popularidade, críticos apontam para a falta de transparência no uso das doações e questionam a ética de um ex-presidente recorrer a esse método em um momento de investigações judiciais. O evento na Avenida Paulista, marcado para 6 de abril, foi citado por ele como um termômetro de seu respaldo popular, sugerindo que sua influência segue viva apesar dos reveses políticos. A “grana gorda” do Pix, portanto, não apenas sustenta suas despesas legais, mas também reforça o discurso de conexão com o povo que ele busca manter como trunfo para o futuro.
Fonte: Varela Net
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